quarta-feira, 27 de abril de 2011

O nosso vídeo: Camões genial... mesmo no século XXI



Vídeo realizado pela turma 7ºA, em Área de Projecto, no âmbito deste concurso.
Caso não seja possível abrir o vídeo, sigam a ligação http://www.facebook.com/video/video.php?v=195832820459354&saved#!/profile.php?id=100000979122631  (o vídeo foi também publicado no mural da página de facebook da nossa biblioteca escolar - 27 de Abril de 2011 | pesquisar no facebook: Biblioteca Escolar de Castro Marim ).

domingo, 24 de abril de 2011

Eu, Camões, por aqui

Olá, eu sou Camões.
É verdade, estou por aqui. Fui convidado por 3 amigos meus, a Cristiana, o Pedro e o Tiago (alunos do 7ºA, do Agrupamento de Escolas de Castro Marim) para espreitar este blogue, que até se intitula “Um Poeta Genial”.
Eu já nou sou jovem, tenho quase 500 anos  (o que são 500 anos na História?), mas gosto muito de estar actualizado.
No blogue encontrei caraicaturas que fizeram a partir da minha figura, ilustrações a partir das minhas palavras, a minha obra lírica e a minha obra épica, passos da minha vida e das minhas aventuras e desventuras, curiosidades e opiniões, análises portuguesas e brasileiras (porque eu sou um poeta do mundo!), documentários e até a minha árvore genealógica e os meus versos em rap!
No entanto, o que eu gostei mais foi do vídeo que fizeram - com a turma toda- , eu voei até ao século XXI! E com os meus versos quinhentistas respondi a uma série de perguntas... Provavelmente... sou mesmo actual!!!

Só um poeta genial pode utilizar as mesmas palavras 500 anos depois...

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
Mas há palavras de génios que não têm idades.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Ilustrações a partir d'Os Lusíadas ( palavras geniais dão origem a belas ilustrações)

Olh'ó Camões (caricaturas sobre o genial poeta)

Camões Lírico: poeta genial


Em Luís de Camões, a tradição do lirismo peninsular coexistiu com a estética clássica renascentista e o maneirismo que marcaram o seu tempo. Juntamente com a poesia de sabor trovadoresco, surge uma poesia cujos modelos formais e temática ("medida nova") revelam a cultura humanística e clássica do autor, que soube encontrar em Platão, Petrarca ou Dante um mentor ou um mestre para o caminho que trilhou e explorou com sabedoria, com entusiasmo e com a paixão do seu temperamento.

Cantando o amor sublime ou a relação mais fútil, o poeta soube, como poucos, definir-se e definir a alma humana, oferecendo-nos a sua experiência de vida ou o mundo no seu desconcerto, com os seus problemas sociais e morais e a eterna questão do mal que aflige a Humanidade. Os temas da sua lírica são vastos e variados, indo da análise da sua vida interior à caracterização da realidade do seu tempo ou à busca do dimensionamento do homem universal.

Na poesia com influência clássica e renascentista, fruto das novas ideias trazidas, de Itália, por Sá de Miranda e António Ferreira, verifica-se um alargamento dos temas e a colocação do ser humano no centro de todas as preocupações.
Desta fase, merece destaque o tratamento de certos temas: o Amor platónico, a saudade, o destino, a beleza suprema, a mudança, o desconcerto do mundo, o elogio dos heróis, os ensinamentos morais, sociais e filosóficos, a mulher vista à luz do petrarquismo e do dantismo, a sensualidade, a experiência da vida.
A nível formal, o verso é o da medida nova, com o uso do verso decassílabo heróico (de acentuação nas 6.ª e 10.ª sílabas) ou sáfico (nas 4.ª, 8.ª e 10.ª), ou ainda, com o uso (menos frequente) do verso hexassílabo. As formas poéticas mais frequentes são o soneto, a canção, a sextina, a écloga, a elegia e a ode.



Na lírica camoniana, a "medida nova", ou seja, a poesia que segue os modelos estéticos renascentistas, surge a par da poesia com sabor trovadoresco dos Cancioneiros ("medida velha").

Na poesia de influência tradicional, é evidente o aproveitamento da temática da poesia trovadoresca e das formas palacianas. Assim, encontramos temas tradicionais e populares (o amor, a saudade, a beleza da mulher, o contacto com a natureza, a ida à fonte...), o ambiente cortesão com as suas "cousas de folgar" e as suas futilidades, o humor. A nível formal, o verso é o da medida velha: com 5 sílabas métricas (redondilha menor) ou com 7 (redondilha maior). As formas poéticas mais frequentes são as da poesia palaciana do século anterior: os vilancetes, as cantigas, as esparsas, e as trovas.

 
In Diciopédia [DVD-ROM]. Porto : Porto Editora.

Os Lusíadas

A obra Os Lusíadas é um poema épico escrito por Luís de Camões, publicado em 1572.
O tema central da obra é o descobrimento do caminho marítimo para a Índia. Para o seu tratamento literário, Camões criou uma história mitológica onde seres sobrenaturais - os deuses - contribuem para a evolução da acção, alguns opondo-se à viagem de Vasco da Gama, outros favorecendo-a. Ao mesmo tempo, são evocadas por Vasco da Gama ao rei de Melinde as glórias da nacionalidade, numa síntese da História de Portugal. Geralmente, no início e no fim dos cantos, o poeta faz diversas considerações revelando as suas opiniões, reflexões e críticas.

Os Lusíadas: obra genial (mesmo genial)

A obra Os Lusíadas é lida e estudada em tudo o mundo. É uma obra genial, complexa e muito bem estruturada. Para provarmos esta genialidade, seguem-se duas mensagens com a estrutura (interna e externa) da obra.

Estrutura Interna

1. As partes constituintes
Os Lusíadas constroem-se pela sucessão de quatro fontes:
· Proposição – parte introdutória, na qual o poeta anuncia o que vai cantar (Canto I, estrofes 1-3)
· Invocação – pedido de ajuda as divindades inspiradores (A principal invocação é feita as Tágides, no canto I, estrofes 4 e 5, ás Ninfas do Tejo e do Mondego, no canto VII 78-82 e, finalmente, a Calíope, no Canto X, estrofe 8)
· Dedicatória – oferecimento do poema a uma personalidade importante. (Esta parte, facultaria, pode ter origem nas Geórgicas de Virgilio ou nos Fastos de Ovídio; não existe em nenhuma das epopeias da Antiguidade)
· Narração – parte que constitui o corpo da epopeia; a narrativa das acções levadas a cabo pelo protagonista. (Começando no Canto I, estrofe 19, só termina no Canto X, estrofe 144, apresentando apenas pequenas interrupções pontuais).
2. Os planos narrativos
Obra narrativa complexa, Os Lusíadas constroem-se através da articulação de três  planos narrativos, não deixando, ainda assim, de apresentar uma exemplar unidade de acção.
Como plano narrativo fuleral apresenta-nos a viagem de Vasco da Gama à India. Continuamente articulado a este e paralelo a ela, surge um segundo plano que diz respeito à intervenção dos deuses do Olimpo na Viagem. Encaixado no primeiro plano, tem lugar um terceiro, que é constituído pela História de Portugal, contada por Vasco da Gama ao rei de Melindo, para Paulo da Gama e por entidades dividas que vaticinam futuros feitos dos Portugueses.

Estrutura Externa

Estrutura Externa d'Os Lusíadas
A obra divide-se em dez partes, às quais se chama cantos. Cada canto tem um número variável de estrofes (em média de 110). O canto mais longo é o X, com 156 estrofes.
As estrofes são oitavas, portanto constituídas por oito versos. Cada verso é constituído por dez sílabas métricas; nas sua maioria, os versos são heróicos (acentuados nas sextas e décimas sílabas).
O esquema rimático é o mesmo em todas as estrofes da obra, sendo portanto, rima cruzada nos seis primeiros versos e emparelhada nos dois últimos (AB-AB-AB-CC).

Camões e a Epopeia

O Género Épico
O género épico remonta à antiguidade grego e latina sendo os seus expoentes máximos Homero e Virgílio.
A epopeia é um género narrativo em verso, em estilo elevado, que visa celebrar feitos grandiosos de heróis fora do comum reais ou lendários. Tem pois sempre um fundo histórico; de notar que o género épico é um género narrativo e que exige na sua estrutura a presença de uma acção, desempenhada por personagens num determinado tempo e espaço. O estilo é elevado e grandioso e possui uma estrutura própria, cujos principais aspectos são:
Proposição - em que o autor apresenta a matéria do poema;
Invocação - às musas ou outras divindades e entidades míticas protectoras das artes;
Dedicatória - em que o autor dedica o poema a alguém, sendo esta facultativa;
Narração - a acção é narrada por ordem cronológica dos acontecimentos, mas inicia-se já no decurso dos acontecimentos (“in medias res”), sendo a parte inicial narrada posteriormente num processo de retrospectiva, “flash-back” ou “analepse”;
Presença de mitologia greco-latina - contracenando heróis mitológicos e heróis humanos.

terça-feira, 22 de março de 2011

Camões em Rap?

Sim!
Através de um evento performativo e musical - com a qualidade literária do génio de Camões. Assenta num conceito inovador que aproxima a Lírica do grande poeta à música Rap | por Gisela Cañamero, numa produção Arte Pública.
Vejam um excerto na mensagem seguinte (vídeo)...

CAMÕES É UM POETA RAP

Camões visto pela revista brasileira "Jornal da Poesia/Jornal do Conto"

O Poeta, pensando nos desconcertos do Mundo, parece chegar a conclusões que negam a Providência, que crê incompatível com tais desconcertos, em que a injustiça predomina. As oitavas que ao problema dedica, são a meditação mais audaciosa a que, em matéria religiosa, foi dada expressão poética. Mas o seu Autor, que na elegia Se quando contemplamos as secretas . . ., sente a existência de Deus na ordem do Universo, sente-a na verdade que nas cousas anda, / Que mora no visíbil e invisíbil, e, para juntar à crença em Deus a crença em Cristo, não se contenta de opor, às dúvidas de todos os treze versos anteriores do soneto Verdade, amor, rezão, merecimento, a absoluta afirmação do último: Mas o melhor de tudo é crer em Cristo. A frase é, na verdade, mais imperativa do que persuasiva. Em toda esta elegia se esforça o Poeta por dar evidência a todos os pormenores da cega injustiça, da gélida ingratidão, da crueldade desumana a que Cristo é sacrificado, e insere versos deste teor:

Senhor! Que amor foi este tão crecido,
Que tão dobradas forças faz singelas
Lá de tão alto, baixo e abatido?

Quiz: Curiosidades sobre Camões

Deixamos aqui uma hiperligação para a realização de um Quiz.
Cliquem e arrisquem as vossas respostas...

http://quizilla.teennick.com/tests/8194602/

Edição d'Os Lusíadas

Apenas uma ambição: editar Os Lusíadas.
Macambúzio, roupa apertada e esgarçada, restos de altivez, o poeta pede ajuda ao Conde de Vimioso, D. Manuel de Portugal. Permissão real para levar adiante o seu projecto. Júbilo. O censor, Frei Bartolomeu Ferreira, concede-lhe o imprimatur. Mas antes, lê o poema e faz algumas modificações: limpeza de certos indícios de impiedade.
Na oficina do Mestre António Gonçalves, à Costa do Castelo, a obra de Camões ganha corpo. Desatenção: duzentos exemplares cheios de erros tipográficos. Correm os primeiros meses de 1572.
Após a publicação, D. Sebastião, o jovem monarca, concede ao poeta uma tença trienal de 15 mil réis, ou seja 40 réis por dia, "em respeito aos serviços prestados na Índia e pela suficiência que mostrou no livro sobre as coisas de tal lugar". Vale lembrar que, nesta época, um carpinteiro ganha em média 160 réis por dia. A pensão é renovada em 1575 e novamente em 1578. Conta-se que o poeta sobrevive juntando estes proventos às esmolas recolhidas pelo escravo javanês.
O seu nome começa a fazer eco. Composições líricas e até cartas suas - uma escrita em Ceuta, outra na Índia e mais duas escritas em Lisboa - passam a ser recolhidas em cancioneiros particulares manuscritos.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Triste vida se me ordena...

Fidalgo pobre, de família arruinada, tem uma infância cheia de privações.
O pai, Simão Vaz de Camões, deixa o filho e a esposa, em busca de riquezas nas Índias. Morre em Goa.
A família fica desamparada. O menino Luís Vaz assiste ao novo casamento da mãe. Um estranho ocupa o lugar do falecido.
É educado em Lisboa por dominicanos e jesuítas. Vive um período em Coimbra, onde faz o curso de Artes no Convento de Santa Cruz. O tio, D. Bento de Camões, é prior do Mosteiro e chanceler da Universidade. Camões frequenta os centros aristocráticos, onde tem acesso às obras de Petrarca - a quem toma por modelo -, Bembo, Garcilaso, Ariosto, Tasso, Bernardim Ribeiro, entre outros. Domina a literatura Clássica da Grécia e Roma; lê latim, sabe italiano e escreve castelhano.
Conta-se que o poeta é levado a frequentar o Paço por D. António de Noronha, cuja morte é citada num soneto. Ali, conhece Dona Caterina de Ataíde, Dama da Rainha, por quem se apaixona perdidamente. O objecto de paixão é imortalizado na sua lírica sob o anagrama de Natércia. Há quem diga ainda que o autor d’Os Lusíadas se enamora da própria Infanta D. Maria, irmã de D. João III, Rei de Portugal.
Talvez fossem boatos, como tantos outros acerca de sua vida. O que se sabe ao certo é que os seus amigos são vadios que se amotinam pelas ruas da cidade; as suas mulheres, meretrizes. O Malcozinhado, bordel de má fama lisboeta, é o lugar preferido para refastelar-se. Gosta de fitar o sexo oposto. Assedia, fala, canta.

"Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente ;
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer..."

Árvore Genealógica de Luis Vaz de Camões

sexta-feira, 4 de março de 2011

Documentário - A Biografia de Luís Vaz de Camões




Publicámos este documentário no  nosso blogue porque o achámos muito interessante.

Pensamos que com o documentário que aqui apresentamos todos podem aprender um pouco mais sobre Camões!

Esperamos que gostem...

Para a Índia!!!

1552
Corpus Christi
No Largo do Rossio, dois mascarados lutam com Gaspar Borges, funcionário da Cavalariça Real. Camões aproxima-se, reconhece os mascarados, são amigos seus. Não hesita, mete a mão no bolso e parte para a rixa. Faca em punho, movimento nervoso, cutilada no pescoço do adversário. A noite acaba em sangue. Camões é preso e levado para a cadeia do Tronco.
A mãe, Dona Ana de Macedo, chora a prisão do filho. Vive em súplica de perdão para Luís: visita ministros reais e o próprio Borges. Passados nove meses a vítima, já restabelecida do ferimento, resolve atender ao pedido.
É dia de alguma liberdade para Camões. O poeta deixa as masmorras sob duas condições: primeiro tem de pagar multa de 4 mil réis ao esmoler d’El-Rei; depois, embarcar para a Índia e servir por três anos na milícia do Oriente.
Em Março de 1553 o poeta parte para Goa, na São Bento, nau incorporada à frota comandada pelo capitão Fernão Álvares Cabral. É soldado raso. Chega à capital da Índia portuguesa seis meses depois. Pena e papel sempre à mão, o poeta escreve sobre o que vê:
"(...) Cá, onde o mal se afina e o bem se dana,
E pode mais que a honra a tirania;
Cá, onde a errada e cega monarquia
Cuida que um nome vão a Deus engana;
(...) Cá neste escuro caos de confusão,
Cumprindo o curso estou da natureza.
Vê se me esquecerei de ti, Sião!" (1)

Alguns Sonetos Geniais

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.


É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.


É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence o vencedor,
É ter com quem nos mata lealdade.


Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade;
Se tão contrário a si é o mesmo amor?


______________________________


Eu cantarei de amor tão docemente,
Por uns termos em si tão concertados,
Que dois mil acidentes namorados
Faça sentir ao peito que não sente.


Farei que amor a todos avivente,
Pintando mil segredos delicados,
Brandas iras, suspiros magoados,
Temerosa ousadia e pena ausente.


Também, Senhora, do desprezo honesto
De vossa vista branda e rigorosa,
Contentar-me-ei dizendo a menor parte.


Porém, pera cantar de vosso gesto
A composição alta e milagrosa
Aqui falta saber, engenho e arte.


__________________________


Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.


Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.


O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.


E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.
_________________________


No mundo quis o Tempo que se achasse
O bem que por acerto ou sorte vinha;
E, por exprimentar que dita tinha,
Quis que a Fortuna em mim se exprimentasse.


Mas por que meu destino me mostrasse
Que nem ter esperanças me convinha,
Nunca nesta tão longa vida minha
Cousa me deixou ver que desejasse.


Mudando andei costume, terra e estado,
Por ver se se mudava a sorte dura;
A vida pus nas mãos de um leve lenho.


Mas, segundo o que o Céu me tem mostrado,
Já sei que deste meu buscar ventura
Achado tenho já que não a tenho.

Luís de Camões: considerado um melhores poetas portugueses

Luís de Camões é considerado o poeta português mais completo da sua época, ou até mesmo de toda a literatura de língua portuguesa. É assim considerado  por ter feito uso de quase todos os géneros poéticos tradicionais, mas também pela amplitude dos temas de que tratou e pelo excepcional domínio da língua. Camões manipulou todos os recursos da língua portuguesa, ampliando enormemente o seu campo de expressão.
        Na obra de Camões, a língua portuguesa passou a expressar sentimentos, sensações, factos e ideias de uma forma que até então não fora alcançada por ninguém. A sua posição de destaque entre os poetas portugueses do seu tempo é devida também ao facto de na sua obra estarem presentes tanto o humanismo como a expansão ultramarina, isto é, os dois elementos que caracterizaram o Renascimento Português.
 

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Erros meus, má fortuna, amor ardente

Para os leitores do nosso blogue, aqui vai um dos belos sonetos de Camões:

Erros meus, má fortuna, amor ardente
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a fortuna sobejaram,
Que pera mim bastava amor somente.

Tudo passei; mas tenho tão presente
A grande dor das cousas que passaram,
Que as magoadas iras me ensinaram
A não querer já nunca ser contente.

Errei todo o discurso de meus anos;
Dei causa [a] que a Fortuna castigasse
As minhas mal fundadas esperanças.

De amor não vi senão breves enganos.
Oh! quem tanto pudesse, que fartasse
Este meu duro Génio de vinganças!

Percurso de Peripécias "Geniais"

Camões  fez um percurso genial:  durante 17 anos viveu as peripécias de longas viagens por mar, fez a guerra, esteve no extremo oriente, conheceu o exílio,as difilculdades, os perigos, as desgraças, o sofrimento, o desespero... ele proprio viveu e experimentou o preço Humano e material dos descobrimentos.